Cantilena de Joana Magra
Ruy Maurity
(1980)
Noite, silêncio, vou sair pois o meu amor mora longe.
Magra, novenas no olhar, Deus em cravo e cruz dorme junto
Cheiro de jardim, flores pálidas, velho lampião diz amém
Ela mora ali, ninguém mora mais, ninguém...
Vêm de lá os domingos azuis, domingueira
Vêm de lá os desejos de moça solteira
Vêm de lá os pecados e as confissões
Vêm de lá as quermesses e luas felizes
Vêm de lá os rapazes e as meretrizes
Vêm de lá os amores noturnos, paixões
Vêm de lá os beatos traçando destinos
Vêm de lá as cirandas, as preces, os hinos
Vêm de lá as promessas de paz, procissões.
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