Matadouro
Metamônica
Matadouro brota sob os meus lençóis
Levo a vida inteira para descansar
Corro só a ida sem ver carnavais
Eu entorno a vida
Bebo a minha noite com a brisa
Eu só paro quando não fico mais de pé
Mesmo assim eu sou toda essa solidão
Eu navego em teus braços mansos
E ela gritava de longe
Que não tinha se esquecido
Passam mais trovões que dias
Passam tardes em multidões vazias
Bebo sal, eu seco a alma
Desespero preso entre as tuas armas
E eu corri até ela pela direção errada
Sem aceitar a minha existência como um caos
E o mundo caiu sobre minhas costas feito um vendaval
E eu carreguei as minhas culpas sob o sol
Vem navegar
Por estas águas que são só teus espelhos
Sem descansar
Até que o sol te consuma por inteiro
Eu corria em direção ao sol
Tendo em minhas mãos a chave para o anoitecer
Mas eu vi o sol cair das minhas mãos
Fiquei sem a lua
Talvez não tenha sido nada demais
E o meu pulso ainda pulse por si mesmo
Mas eu não me sinto em casa em nenhum lugar
E como um estrangeiro
Eu navego a esmo
A esmo
Vem navegar
Por estas águas que são só teus espelhos
Sem descansar
Até que o caos te consuma por inteiro
Vem navegar
Por estas águas que são só teus espelhos
Sem descansar
Até que o sol te consuma por inteiro
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